Segundo a Confederação Nacional dos Municípios há mais de 8 mil obras paralisadas em todo o território nacional e mais de 11 mil projetos que ainda não saíram do papel, somando mais de R$ 10 bilhões.
Uma obra paralisada traz gastos adicionais e não previstos ao órgão público responsável, como: segurança das instalações; corrosão de ferrosos; energia elétrica; multas contratuais; rescisão onerosa de contratos com prestadores de serviços e fornecedores etc. “Representa, dessa forma, uma declaração de incompetência administrativa e muitas vezes também a expressão da sede de lucro e má gestão do contratante principal”, opina o presidente do SITRAICP RJ Nilson Duarte Costa.
Por esta razão, os sindicatos da construção afiliados à ICM Brasil, vem construindo a Campanha “Pela Retomada do Emprego e do Desenvolvimento” com o intuito de denunciar a profunda crise que o setor vem sofrendo com a enorme quantidade de obras paralisadas.
Segundo Bebeto Galvao, vicepresidente regional da ICM América Latina e o Caribe, “as obras paralisadas provocam prejuízos incalculáveis, deixam de gerar emprego e renda para os trabalhadores do setor, deixam de brindar melhorias e benefícios sociais e se deterioram, o que representa dinheiro público jogado fora”. “Além disso, afeta toda a comunidade ao redor, que vê seus imóveis e pequenos negócios se desvalorizarem ou falirem”, acrescenta Loteba, representante do SITICCAN de Candeias, Bahia.
No entanto a Campanha começa a dar resultado. No Rio de Janeiro, a retomada do BRT, que foi parcialmente concluído para os Jogos Olímpico, “está gerando ao redor de 1.000 empregos diretos e 2.000 se somados os fornecedores” afirmou Nilson Duarte do SITRICP-RJ. Em Mato Grosso, Joaquim Dias Santana, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Industria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios, afirmou que graças a pressão do sindicato, articulado na ICM, os problemas das obras paralisadas têm ganhado visibilidade: “graças a nossa campanha teve deputados estaduais que levantaram a nossa bandeira e vem pressionando o governo” e a mobilização vem dando resultados: “Nesta semana duas obras estão sendo retomadas e serão empregados 150 trabalhadores. Nas próximas semanas serão retomadas obras de habitação popular. Sem dúvida isto é só o ponta pé inicial. Mantendo a pressão avançaremos nas nossas conquistas” finalizou Santana.
Nos dias 24 e 25 de outubro, os sindicatos filiados à ICM realizarão uma Jornada Nacional em Brasília para demandar das autoridades federais a imediata retomada das obras para gerar emprego e renda para os trabalhadores do setor da construção.